Excursões AirLino

É dia de excursão às caves do vinho do Porto, com tudo incluído. Uma jornada de várias horas de estrada que permite a Lino vender aos excursionistas os seus produtos e as tiradas filosóficas a preço mais baixo do que nas lojas. Pelo caminho, a carreira da Air Lino esbarra literalmente com Anita, uma simpática ciclista que vai revelar-se fundamental para que todos regressem a casa sãos e salvos.

A excursão de hoje leva o grupo à Figueira da Foz, para ver a praia, almoçar sardinhas e o Sr. Tainha adormecer de repente num local onde nunca tinha adormecido de repente. Um casal desconhecido embarca no autocarro e é brindado com a ética de Lino, a bazófia de Lino e a larica por sardinha assada de Lino. Anita e Lino vêem-se obrigados a enveredar por uma nova opção de carreira profissional: a de conselheiros matrimoniais.

Uma jornada pelo tesouro artístico nacional permite a Damião exibir as suas melhores capacidades ao nível do restauro criativo de património secular. Secundina vê-se obrigada a convocar todos os anjos e santinhos para suportar a companhia de uma nova excursionista: a irmã com quem não fala há anos. Para Anita é um dia ao estilo "leve um e pague dois": passa a conhecer, não um, mas dois Linos.

De visita a Guimarães, a excursão cruza-se com caras novas: o assaltante de bancos Didi, que já deve anos à reforma, e uma mãe e filha cuja relação paralisou ali por volta de 1968 e nunca mais evoluiu. Os excursionistas têm a oportunidade de assistir, ao vivo e a cores, a uma versão geriátrica portuguesa de Bonnie e Clyde, no cenário épico onde D. Afonso Henriques se incompatibilizou com a mãe.

Numa excursão ao casino, Anita tem de tomar a decisão mais importante da sua vida. Cercada pelas dificuldades, sem casa e com um emprego frágil, com a agravante de ter Lino como patrão, Anita vai encontrar solidariedade e carinho nas muitas avós e avôs que conquistou entre os excursionistas. Mascarenhas disponibiliza-lhe a garagem onde empilha o lixo e Lúcia revela-se um inesperado farol de lucidez. Lino, para não destoar, continua Lino.

Anita foi despedida e o grupo de excursionistas culpa Lino, o que até se compreende dado que, com efeito, foi ele que a despediu. A ambição de levar o autocarro até Espanha revela-se demasiado arrojada: o veículo avaria. São salvos por motoqueiros, que os convidam para um evento inolvidável, um motochurrasco. Os caminhos de Lino e Anita voltam a cruzar-se, mas continuam a não concordar sobre quem deve ceder prioridade. O casal Pacheco bate o recorde mundial de atrasos, que já lhe pertencia por direito próprio.

Um furo no autocarro da Air Lino obriga o grupo a almoçar no primeiro restaurante de leitão que encontram. Lá dentro, decorre um encontro de militantes de um grande partido, que os excursionistas invadem com o à vontade de quem elegeu alguns dos políticos que ali se encontram. As alegrias e os dramas dos excursionistas passam a ter repercussão nacional. Anita confirma-se como uma líder nata e revoluciona o evento e Lino vende aparelhos revolucionários de ginástica.

Nazaré e o seu Canhão: a prova, nas palavras de Lino, de que Portugal não é só linha costeira - também é ondas. Lino reencontra o seu arqui-inimigo, Deodato, timoneiro de uma empresa de excursões concorrente da Air Lino. E, como um mal nunca vem só, reencontra também a sua ex-mulher, Salomé, actual mulher de Deodato. A novela de desafectos e intriga encanta mais o grupo de excursionistas do que as aulas de surf. O Sr. Tainha começa a colocar em causa a sua sexualidade de mais de seis décadas. Mas o maior segredo é de Anita e, quando Lino descobre, fica praticamente catatónico.

Lino tem os nervos em mais fanicos do que as ruínas de Conimbriga. Anita está grávida de uma menina. Salomé parece empenhada em fazer Lino assumir uma paternidade que não é dele para assumir. Desvendam-se finalmente as razões para querer comprar a TAP. Mascarenhas foi raptado pela filha e Damião, Liberto e o Sr. Tainha organizam uma missão de resgate e abalam de táxi. O confronto entre Lino e Deodato assume proporções épicas. As ruínas são palco de uma reconstituição histórica falhada.

Anita e os excursionistas encontram a paz e o relax lombar nas termas da Peneda-Gerês. A preocupação pelo desaparecimento de Lino e Damião teima em instalar-se, no meio das massagens com pedras quentes e duches Vichy. No mato, Lino e Damião tentam sobreviver à base de raízes secas e encontrar o caminho de volta para a civilização. O espírito militar de Damião apodera-se de novo dele e Lino vive o Ultramar que nunca viveu. O que acontece no mato, fica no mato.

As festividades da Nossa Senhora da Angústia encantam os excursionistas, que deambulam pelos carrosséis e roulottes de farturas. Azevedo, fiscal da ASAE, planeia mandar fechar aquilo tudo. Didi, o meliante charmoso em fuga, volta a cruzar-se com os excursionistas. O Sr. Tainha sente aquilo que só consegue definir como paixão pelo feirante Zé do Pipo. Damião despede-se.

Damião deu lugar a uma linha de produtos de merchandising na sua memória, com a qual Lino capitaliza à grande. O ambiente místico de Sintra conspira com a recém-chegada Celeste para a realização de uma sessão de yoga e meditação. Lino encontra o seu verdadeiro eu interior, ainda mais insuportável do que o exterior. Secundina recusa-se a participar no que chama de cerimónias pagãs e acaba atropelada por um taxista. A vingança não tarda.

Os excursionistas visitam a noite de Lisboa, tomando a cidade de assalto em tuk-tuks. Tornam-se referência retro-vintage dos hipsters. Mascarenhas depara-se com um credor e Lino intervém: conspira com Maria das Dores para solucionar o problema. Anita reencontra a sua bicicleta e está vai-não-vai para ser mãe. Quando as dores de parto chegam, Lino é um homem no controlo de tudo menos do que está a acontecer.